Moçambique

Moçambique é um país localizado na costa sudeste da África, banhado pelo Oceano Índico e limitado por Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbábue, Eswatini e África do Sul. Sua capital é Maputo, importante centro econômico e político nacional. O país possui uma área de aproximadamente 801 mil km² e apresenta grande diversidade cultural. O português é a língua oficial, sendo que existem outras línguas como Lomué, Makondé, Shona, Tsonga e Chicheua, que são faladas por muitas comunidades, principalmente rurais que não sabem o português.  

Com uma população estimada em 33 milhões de habitantes (Instituto Nacional de Estatística de Moçambique, 2025), o país apresenta forte presença de povos de origem bantu e mantém traços profundos de sua herança colonial. O saneamento básico em 2022 era de apenas 37,38% e 38.3 % da população é analfabeta. A esperança de vida ao nascer em 2021 foi de 57,7 anos, abaixo da média dos países Africanos que foi de 63,6 anos. Indicadores de saúde do ano de 2021 disponíveis no site da OMS em novembro de 2025, apontam que as condições transmissíveis, maternas, perinatais e nutricionais são responsáveis por 59,5 % do número de óbitos gerais, enquanto 30,7 são por doenças não transmissíveis. As taxas de mortalidade por 100 mil habitantes para o HIV/aids foi de 152, 5, para o AVC de 76,2, para a Covid 19 foi 75,4 e para a malária de 70,6. A taxa de incidência por 100 mil habitantes de doenças como Tuberculose foi de 361 e da malária 2728.  

O sistema de saúde moçambicano é universal, o país criou o sistema nacional de saúde em 1995 e o Ministério da Saúde vem tentando estruturar a Atenção Primária à Saúde (APS) com apoio dos governos distritais e municipais. O país recebe ajuda humanitária e alguns serviços de atenção primária são prestados por instituições filantrópicas. Maputo, principal cidade e local da pesquisa, destaca-se por ser um polo urbano com intensos fluxos migratórios internos, enfrenta desigualdades sociais e desafios de infraestrutura.  

A visita de campo ocorreu entre 13 e 19 de setembro de 2025, conduzida pela Profa. Dra. Ângela de Oliveira Carneiro (UNIVASF) e pelo Julys Nathan Ferreira Soares (UnB). A equipe de pesquisadores locais foi composta pelo Dr. Eusébio Chaquisse, Diretor do Departamento da APS do Ministério da Saúde, e o doutorando e pesquisador do Instituto Nacional de Saúde, Alexandre Mulhanga, que nos acompanhou durante as entrevistas e fez a articulação com o Comitê de Ética. Os profissionais entrevistados foram dos Centros de Saúde de Ndlavela, Matola e Marracuene e a aplicação do questionário online segue em execução pelos pesquisadores locais. No período, conhecemos a organização da APS e pela conversa com os profissionais, conseguimos entender como a prevenção da desinformação em saúde é crucial para a melhoria dos indicadores de saúde.