Ao podcast do Lab ECoS, coordenadora da Horta Girassol contou as vivências no
projeto, a história de vida e a predominância feminina do movimento
Por Laíse Matos
No dia 2 de maio, o Podcast PodFalar, iniciativa do Laboratório ECoS, gravou
episódio com a coordenadora do Instituto Horta Girassol, Hosana Alves. A
entrevista, realizada por Rosamaria Carneiro, docente do curso de Saúde Coletiva
da Faculdade de Saúde (FS) da Universidade de Brasília (UnB), deu ênfase à
presença majoritariamente feminina, aos desafios e sucessos da convidada. “Hoje,
a gente é reconhecido até em nível nacional.”
Para ela, a cooperação é, em boa parte, feminina: “Minhas parceiras, a
maioria é mulher”. A principal busca é em torno de capacitação e auxílio, como
cursos gratuitos e atendimentos voluntários de médicos e advogados. Durante a
pandemia, também houve distribuição de cestas básicas. “Não é qualquer coisa que
derruba a gente.”
“Até hoje, o pessoal não entende a luta que a gente tem”, relatou. Entre as
dificuldades, comentou as ameaças de morte e acusações de roubo. No início,
conquistar o apoio da família também foi desafiador: “Meu filho mais novo, o Igor, de
vez em quando chegava lá em casa chorando ‘mãe, larga aquela horta, mãe’ e eu
sentava com ele, conversava, explicava”.
Localizada em São Sebastião, a horta comunitária é um dos locais em que a
Escola Cidadã atua no combate à desinformação e na promoção da saúde e
educação. A coordenadora explicou que, durante um surto de Hantavirose —
doença grave transmitida pelos ratos — em 2005, a comunidade se reuniu para
substituir um lixão por uma horta comunitária.
Cearense de nascença, Hosana chegou ao Distrito Federal para morar em
Brazlândia com 12 anos. Na luta de trabalhar e estudar, a coordenadora largou a
escola. “Desisti porque era muito cansativo, trabalhava o dia todo”, explicou. Anos
depois, se formou no ensino médio e fez curso técnico em meio ambiente pelo
Instituto Federal de Brasília já na liderança da horta.
Quanto aos planos futuros, quer expandir o projeto: “Meu sonho é
transformar em uma escola de agroecologia”. No contexto coletivo de São
Sebastião, “ gostaria que a população acordasse e entendesse a força que tem”.
Para ela, a política é uma representatividade que precisa ser explorada. “Está no
nosso dia a dia!”
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