Solidariedade Ética e Crítica
Quando decidimos ampliar as atividades do LabECoS, em parceria com a disciplina de Saúde Mental em Saúde Coletiva e de Políticas Públicas de Saúde, imaginamos que o tema solidariedade não poderia se limitar a atos de caridade, compaixão, fraternidade ou filantropia.
Referimo-nos aos princípios da ética aristotélica, da crítica kantiana e da dignidade política de Hannah Arendt. Enquanto a primeira, nos apresenta a finalidade como fundamento da ética teleológica [se origina da palavra Telos, de origem grega, e que significa finalidade – fim – objetivo][1]. A segunda, por sua vez, nos remete ao esclarecimento dos indivíduos em sua plenitude, não apenas em sua maioridade ou conhecimento, mas em especial a independência de pensamento em uma sociedade que busca por sua racionalidade e liberdade. [2] A terceira, nos toca a grandeza de vermos a dignidade na política, afinal essa é a esteira que nos conduz às pactuações no acesso aos bens e serviços da coletividade [3].
Integramos ainda a estes princípios as ações éticas verdadeiramente solidárias nas quais o agente doador interage com o outro de modo horizontal, dinâmico e bilateral, com responsabilidades compartidas. [4]
Uma solidariedade crítica, cuja identidade está centrada no comprometimento do sujeito em suas intervenções e ações orgânicas, visando proporcionar ao “outro” a conquista da autonomia, livre de paternalismos ou de assistencialismo e autoritarismo, cuja expressão histórica concretiza-se no exercício da liberdade de cada pessoa.[5]
Certamente, queremos nos empenhar para alcançarmos esta condição. E mais, fazendo-a por meio de tecnologias de informação e comunicação. Eis aí que reside nossa inovação. Partindo destas ideias, é fundamental orientarmos nosso movimento, objetivos e formas de atuar em solidariedade permanente, dirigindo os esforços a uma sociedade civil que também é civilizada, pois adota um viver civil, onde se deseja, aos modos de Hobbes[6], o domínio da razão, da sociabilidade e da paz, entre outros elementos que se podem observar em grupos politizados, sim. Pois a solidariedade também é um ato político.
[1] Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. In: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1973, v.4.
[2] Kant, I. Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? In: KANT, I. Immanuel Kant: textos seletos. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. 9ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 63-71.
[3] Arendt, Hannah. A Dignidade da Política. Trad. Helena Martins, Frida Coelho, Antonio Abranches, César Almeida, Cláudia Drucker e Fernando Rodrigues. 3ª ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
[4] Garrafa V, Soares SP. O princípio da solidariedade e cooperação na perspectiva bioética. Bioethikos. 2013;7(3):247-58. p. 249-50.
[5] Selli L. Garrafa V. Bioética, solidariedade crítica e voluntariado orgânico. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):473-8.
[6] Hobbes, T. Do cidadão. Trad. Renato Janine Ribeiro. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Renda Básica Emergencial
Ajude a aprovar e implementar uma política de Renda Básica Emergencial para os mais desprotegidos. A iniciativa propõe apoiar por 6 meses, com um valor de R$300 mensais por pessoa, todos os brasileiros e brasileiras que têm renda familiar inferior a 3 salários mínimos – ou seja, as 77 milhões de pessoas mais pobres do Brasil, incluindo crianças e idosos, que já estão no Cadastro Único.
É a maior mobilização social por uma medida para enfrentar os impactos econômicos do Coronavírus, e precisa ficar ainda maior! Assine e ajude a divulgar: www.rendabasica.org.br/
Apoio para quem está na rua
As Secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes), de Segurança Pública, de Cidades e de Saúde, além da Administração Regional do Plano Piloto, se uniram em busca de preservar a vida das pessoas em situação de rua. Saiba quais são os espaços reservados para acolher essas pessoas no Plano Piloto na reportagem do Correio Brasiliense.
Aproveita e dá uma olhada no pedido do Kleidson Oliveira:
Ele pede doações de roupas, cobertores, agasalhos e materiais de curativos: facebook.com/kleidson.oliveira.39
Juntos/Juntas, podemos vencer o Coronavírus! ?
_____________________________________________________________________________
Atenção à violência contra a mulher
Você conhece alguma mulher que está em isolamento social com alguém agressivo? Diga NÃO à violência contra a mulher e denuncie! Confira os cuidados e canais de atendimento que você pode utilizar:
Você conhece a revista TRAÇOS?
O projeto da Revista é apoiar população em situação de rua e vulnerabilidade, que são os Porta-Vozes. Além disso, você pode se tornar um@ embaixador@ da iniciativa. Confira esse recado: ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Pela primeira vez, a Traços NÃO vai para as ruas. Porque não é tempo de estar nas ruas e pronto (#FicaEmCasa!). O que não significa que essa revista lindona vai deixar de chegar até você e garantir que os Porta-Vozes não voltem a uma possível situação de vulnerabilidade.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Neste momento de combate à pandemia do coronavírus, o esforço da Traços para manter a saúde dos Porta-Vozes em dia é contínuo. Por isso, eles não estão em circulação nas ruas de Brasília. Estão em isolamento domiciliar, na residência de familiares, em casas de passagem ou em comunidades terapêuticas.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Então, vamos de Traços versão digital. Um esforço do projeto para minimizar o impacto e continuar gerando uma renda mínima para os Porta-Vozes, que possibilite enfrentar esse momento com dignidade.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mais do que nunca, contamos com a solidariedade de todos que acreditam no poder transformador da arte e da cultura. Estejamos juntos!
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ajude, colabore, divulgue. E #FicaEmCasa aproveitando sua Traços de março! Edição 38 JÁ À VENDA! Adquira já a sua por AQUI.
Fonte: Revista TRAÇOS⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Gostaria de receber nossos boletins? Inscreva-se aqui.