Dentre as poucas certezas que a vida atual nos dá, há claras evidências da grande quantidade de informação sobre saúde disponível em diversos veículos, notadamente a internet e as redes sociais. No entanto, aqui, como em outros contextos, quantidade não é sinônimo de qualidade. 

Pesquisas apontam que a informação sobre saúde disponível em sites e redes sociais é, em sua maioria, incompleta, tendenciosa e pouco precisa. (1) Neste cenário, alguns autores usam o termo “desinformação” para o conteúdo que se recupera pela web. (2) E o tema é tão relevante que até a Organização Mundial da Saúde publicou documento sobre o tema. (3)

Outra certeza contundente é a de que o uso seguro e racional dos medicamentos (*) se faz possível quando se tem informação precisa, oportuna e embasada na melhor evidência para fundamentar sua prescrição, dispensação e administração. A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil reconhecem estratégias para estimular o uso de evidências científicas para promover o uso racional de medicamentos; dentre as ações práticas, estão a produção e disseminação de informação baseada em evidência. (4) 

(*) – uso racional de medicamentos: quando os pacientes recebem medicamentos adequados às suas necessidades clínicas, em doses que atendem às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo para eles e para a comunidade. (5)

Na confluência destas duas certezas — entre o enfrentamento à desinformação e a promoção do uso racional de medicamentos — surge o ObservaRx, um observatório de informação sobre medicamentos que são disponibilizadas em sites e redes sociais. Trata-se de um espaço virtual que tem como missão fazer a curadoria, avaliação e disseminação de informação sobre medicamentos e terapêutica para enfrentar a desinformação  neste tópico específico e, consequentemente, promover o uso seguro e racional dos medicamentos. 

 O ObservaRx nasce forte e consistente, com o apoio do Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (ECOS), da Universidade de Brasília, com colaboração de professores universitários, técnicos e discentes de graduação e pós-graduação. Contudo, não tem a pretensão de ter a palavra final sobre o tema. Pelo contrário, é um espaço em constante construção, estando aberto à contribuição de pessoas e  instituições que compartilham o compromisso de disseminar informação de qualidade para enfrentar a desinformação e promover o uso racional de medicamentos.

Sejam muito bem-vindos ao ObservaRx e ajude-nos no enfrentamento à desinformação e na promoção do uso racional de medicamentos. 

Publicado em Outubro / 2025

Referências:

• TAVARES, L. P.; BRASILEIRO, F.S.; BRITO, H.C. Desinformação em saúde na pós-pandemia: uma análise a partir da plataforma de fact-checking Agência Lupa. Encontros Bibli, V. 29, 2024. e98810. 

• ALBUQUERQUE, A. O discurso das fake news e sua implicação comunicacional na política e na ciência. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação Em Saúde, v. 14, n. 1, p. 184–198, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.29397/reciis.v14i1.2016. Acesso em 3 set 2025. 

• MIKATI, I. K. et al. Defining Misinformation and Related Terms in Health-Related Literature: Scoping Review. Journal of Medical Internet Research, v. 25, p. 1–11, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.2196/45731. Acesso em 3 set 2025. 

• BRASIL. Ministério da Saúde. Contribuições para a promoção do uso racional de medicamentos. Volume 2. Brasília. Ministério da Saúde. 2021; 127 p.

• World Health Organization. Promoting Rational use of medicines: core componentes. WHO Policy Perspectives on Medicines. 2002